A Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira de Maricá, está muito feliz com a vitória do Tombamento da Lavagem da Escadaria da Igreja Nossa Senhora do Amparo – Patrimônio Imaterial da cidade de Maricá, após 24 anos, pelo projeto de Lei 0015/2023.
Tudo isso aconteceu após as divulgações nas mídias onlines, TVs e jornais sobre o impedimento com ofício da 24° edição da Lavagem da Escadaria da Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo pelo Pároco Max Celestino Sales de Almeida.
A intolerância religiosa do pároco teve grande repercussão da opinião pública, artistas, trabalhadores da cultura e sociedade civil organizada, que realizaram através da Câmara Setorial de Cultura Afro-brasileira de Maricá, uma nota de repúdio com a primeira Assembléia da Câmara Setorial de 2023 no Auditório Manoel Lago Banco Mumbuca em 27 de janeiro de 2023, com a presença de diversos parlamentares, gestores, inclusive a conselheira Estadual pelo Inepac e também conselheira Municipal de Patrimônio Histórico Renata Aymoré Gama e os vereadores Felipe Hadesh – PT e Igor Corrêa – PCdoB que participaram do debate e se prontificaram a ajudar.
Após a assembleia, a Câmara Setorial de Cultura Afro-brasileira, encaminhou ao advogado e Vereador Igor Correa do PCdoB, a proposta para o registro de tombamento da Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo, que teve relatoria da Artista Plástica Priscila Fontes e da Conselheira Municipal de Cultura de Patrimônio Histórico histórico Renata Aymoré Gama e encaminhado pelo Conselheiro Cultural Afro-brasileiro de Maricá Júlio César Fernandes Babalawô Ifá Talabi Oju Oba Omi e por Antônio Jonas Marreiros o Pai Liminha, iniciante da tradição em Maricá. O pedido de registro foi encaminhado pelo Vereador Igor Correia com o apoio do Presidente da Câmara Aldair de Linda resultando no Projeto de Lei 0015/2023:

  • Art.1: Fica constituído como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do município de Maricá, a Lavagem da Escadaria da Igreja Nossa Senhora do Amparo.
  • Art.2: A secretaria de Cultura procederá o registro do Patrimônio Cultural Imaterial, ora tombado no Livro do Tombo das formas de expressão, conforme o disposto na Lei.
  • A Lavagem da Escadaria é muito mais que um Ato Sagrado e Pacífico pela Paz no Mundo, representa sobretudo o Marco civilizatório de Maricá, onde a luta do povo negro para além da reprodução histórica da Lavagem, representa o povo que apesar de escravizado, contribuiu para a construção social da cidade de Maricá, onde foi construído vínculos afetivos profundos ao longo da história através de seus ancestrais, que hoje compõem e permeiam a cultura da cidade.
    A igreja foi fundada em 1802, com sua pedra fundamental lançada em 1788, é símbolo do município e atualmente é Patrimônio Cultural Material e Imaterial do Povo de Maricá, ou seja um bem comum do povo, não podendo ser tratado como propriedade particular por nenhum indivíduo que por mera liberalidade, deseja desacatar as Leis Municipais ou desrespeitar as tradições históricas e memórias do Povo maricaense.
    Importante lembrar que a Lei Municipal promulgada 2512/14, publicada no jornal oficial de Maricá – JOM, garante o exercício do direito desta festividade de congraçamento, podendo ser considerado um desacato e desrespeito aos poderes públicos constituídos e especial aos poderes municipais executivo e legislativo. O evento que já faz parte do calendário religioso e turístico da cidade de Maricá é publicado no site da Prefeitura de Maricá anualmente. Em 2024, a lavagem da escadaria da Igreja Nossa Senhora do Amparo, completará 25 anos com Lei Municipal promulgada pela Câmara Municipal de Vereadores de Maricá e encaminhada também a Tombamento ao Estado do Rio de Janeiro pelo INEPAC/IPHAN e UNESCO.

Por: Vera Lúcia.

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