Diário Marco Speziali's Post
- Marco Speziali
- 8 de abr.
- 2 min de leitura

ntolerância Religiosa e Investimentos Públicos de Eduardo Paes repercute mal em meio ao povo de Axé
Por Marco Speziali
Rio de Janeiro, 7 de abril de 2025 – A comunidade de religião de Matriz Africana no Rio de Janeiro manifesta preocupação e indignação com a recente decisão do prefeito Eduardo Paes, que revogou a Resolução de Matriz Africana no Sistema Único de Saúde (SUS) e anunciou um investimento de mais de 4 milhões de reais para a criação do Parque Terra Prometida, no bairro de Santa Cruz, zona oeste da cidade. A licitação para a construção ocorrerá em 5 de maio, em um local que simboliza um desrespeito à diversidade religiosa e cultural.
A decisão de Paes, que justificou que o município é laico, foi considerada uma afronta pelos adeptos das religiões de Matriz Africana. Waguinho Macumba, vice-presidente do Instituto Carta Magna da Umbanda e uma das principais vozes da comunidade, usou suas redes sociais para criticar a medida. “Não temos problemas com investimentos para outras religiões, muito pelo contrário, acho até que deva haver sempre. O que não podemos tolerar é esse afronto. Temos os mesmos direitos e obrigações que qualquer religião do país”, afirmou.
Macumba ressaltou que a revogação da Resolução SMACV/SMS n. 2/2025 expõe tensões entre diferentes concepções de saúde, cultura e política no Brasil. “Para os povos de Axé e indígenas, trata-se de mais um capítulo na luta contra o racismo estrutural e a intolerância religiosa”, completou.
A líder religiosa e ativista, Cacau D’Ogum, também se manifestou sobre a situação, afirmando que “essa decisão é uma demonstração clara de que o respeito à diversidade religiosa ainda é uma meta distante no Brasil. Precisamos nos unir e cobrar respeito aos nossos direitos. Nossos templos e práticas têm um papel fundamental na cultura do nosso pais.”
Xangô, líder da Casa de Axé Ilê Orixá, declarou: “O investimento em um parque é bem-vindo, mas não à custa do respeito aos direitos de todos os cidadãos. As práticas da Matriz Africana têm grande importância social e espiritual, e isso deve ser reconhecido e respeitado. Não podemos aceitar que nossos direitos sejam menosprezados.”
A decisão do prefeito já gerou repercussões e debates nas comunidades e redes sociais. Personalidades influentes continuam a se posicionar, e a expectativa é que a mobilização em torno do tema ganhe força nos próximos dias, culminando em protestos e manifestações.
“A luta por igualdade e respeito entre as religiões continua, e os povos de Matriz Africana seguem firmes na defesa de seus direitos e na busca de um diálogo construtivo com as autoridades. A comunidade aguarda que a administração pública promova ações que realmente reflitam a laicidade do Estado e assegurem equidade para todas as tradições religiosas”, finalizou Waguinho Macumba.
Comments